Chegou a hora

Vocês podem estranhar o título deste pequeno artigo. Chegou a hora de quê? Afinal, as eleições não ocorreram já? Afinal de contas, todas as emissoras de rádio e tv não se cansaram de chamar o bordão - um bordão pró-democracia como poucos? Não, meus caros. Chegou a hora, sim. Chegou a hora de cobrar. Voltemos um ano e pouco. Em 2013, todos os que saíram às ruas aparentemente demonstraram insatisfação em relação às coisas como estavam - e estão. Mas agora, após as eleições, poucos ainda insistem em que podem fazer alguma coisa para cobrar. Poucos. Eu sou um deles. No mesmo dia das eleições passadas, eu vi no facebook o resultado de pesquisas em uma ferramenta pública tornado matéria no Estadão. Mostrava os financiadores das campanhas para a eleição. Aproveitei que ainda tinha conexão e entrei no sie do TSE, via curta pesquisa no Google. Naveguei, importei planilhas excel e acabei descobrindo diversas coisinhas que me animaram a continuar. Não mudei meu voto, mas saí mais esclarecido. Tá, essas ferramentas foram colocadas à disposição apenas para as eleições. Agora, não temos nada mais para cobrar, temos? Temos. E alguém sabe disso. Pois, assim como os jornalistas do Estadão sabiam que os financiadores das campanhas estavam no site do TSE, alguém mais sabe que outras informações estão em um ou outro lugar. Eu mesmo, como jornalista, sabia que o site do Senado permitia pesquisar dados interessantes sobre gastos do governo como um todo. Sabia, porque não achei os links que eu costumava usar em meu acesso, hoje, ao mesmo site do Senado. Mas alguém deve saber. Assim como quem quiser pode ir ao Atende, aqui no Taboão, e pesquisar dados relativos às atividades na Prefeitura num serviço criado especialmente para isso. Mas estamos o tempo todo sob o seguinte dilema… de que adianta? Se eu souber de algum problema, ou necessitar de algum esclarecimento, como fazer> Quem pode me ajudar? Não é melhor simplesmente cuidar de minha vida e esquecer? Cada um tem a sua resposta. Mas depois não venha dizer que todos são iguais. Que a política é isso mesmo. Que é tudo uma palhaçada. Hoje quem pode procurar consegue achar. E talvez até crescer pessoalmente nisso tudo. Como cidadão, cresce, com toda certeza. Mas você, é cidadão? Não na teoria - que você é. Digo na prática. Rodrigo Contrera Jornalista

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