Bagunça para dar e vender

Vamos deixar bem claro, agora: todos os que estão opinando sobre os rumos da eleição, agora, estão chutando (inclusive eu). Só variam em argumentação, plausibilidade e uso de tentativas de amainar ou acirrar os ânimos. Isso porque ninguém tem dados que permitam prever o que vai acontecer, assim como porque as redes estão tornando os debates impossíveis de acompanhar. Ora surge um pequeno fato a favor de Bolsonaro, ora outro a favor dos que não o apóiam, etc. Está tudo muito tumultuado, agora.

Há uma espécie de clima de já ganhou, de um lado, e outro clima de questionamento do atentado, de outro. Há gente querendo que isso fique para trás, há outros que querem mais e mais detalhes do atentado. Tudo está embolado. Já se sabe que houve atentado. Já se sabe que o sujeito agiu sozinho, quase certo isso. Enquanto isso, Bolsonaro se recupera e tentam pegar declarações dos seus apoiadores (o vice, por exemplo).

Mas há algumas coisas certas. Primeira, o debate propriamente dito amainou. Ficaremos pelo menos mais duas semanas com mais e mais notícias sobre a recuperação de Bolsonaro e sobre o destino do Bispo, o sujeito que tentou machucá-lo. Duas semanas, num período de menos de um mês de campanha, é muita coisa. Isso sem contar que quando voltar à ativa Bolsonaro terá os holofotes quase exclusivamente para si. Tudo gira ao redor dele.

Outra coisa certa é que as alianças para um eventual segundo turno são uma incógnita, ao menos por enquanto. Se Marina chegar lá, será uma coisa. Se for Ciro, outra. Se for Haddad, ainda outra. Não se sabe quem está com quem, nem como. Enquanto isso, os governistas ou mais liberais atualmente no poder estão se batendo sem parar. Imagina-se uma ausência de PSDB ou apaniguados no segundo turno. Isso, por mais que eles se esforcem em mudar o quadro. Há também uma ampla gama de indecisos, ainda, e isso complica ainda mais a disputa.

Há quem tente afundar o barco de Bolsonaro citando sua rejeição. Outros defendem o voto útil por ele contra a esquerda. O atentado trouxe de volta um certo de clima anti-PT, que não pode também ser desprezado. Ou seja, a polarização com o atentado aumentou. Outra coisa é certa: o Bispo virou o personagem da vez. Há quem até se preocupe com ele. Se conseguir se safar, vira candidato (não agora). Tem 40 anos, ainda, afinal.

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