Uma escolha em meio a estilos de fala

Agora que está mais do que óbvio que Lula não disputará aquilo para o que não foi feito, cumpre tentarmos comparar os candidatos, incluindo Haddad, por aquilo que perpassam ao eleitor. Por aquilo que parecem ser.

Antes de mais nada, deixem-me lhes dizer que as pessoas em geral não gostam de discutir comigo. Por vários motivos, mas especialmente porque eu tenho algo em comum com Haddad. Formados em humanas, nós dois temos um jeito de falar que alcança muitas vezes a razão, mas que entedia, e mais, que passa a impressão de arrogância. Não que Haddad o seja. Mas interpretem como é que uma pessoa simples lê aquilo que ele fala. Pois é.

Bolsonaro é diferente. Ele fala de um jeito direto, por vezes mal-educado, e muitas vezes interpela o interlocutor. Como se ele estivesse perguntando, e não como se estivesse sendo interpelado. Esse tipo de discurso é fácil de entender. Pode não ser de gostar, mas qualquer um entende o que o ex-militar diz.

Marina, por outro lado, enrola. Mesmo quando é direta, ou quando quer ser, ela enrola. Se prende a detalhes, como que querendo fazer crer que os fatos não são tão simples como parece. Pois assim ela desconversa, sempre aparecendo como opção, quando não tem discurso para se invocar a ser uma.

Ciro, por outro lado, tenta ser direto. Mas, advindo de estratos superiores socialmente, quer fazer crer que tem razão. Ele meio que responde sabendo que tem a resposta, e as pessoas sentem nisso também uma grande arrogância. Uma espécie de sabe-tudo, que porém agora precisa do voto de todos. Pois é.

Boulos, Alckmin e Meirelles me irritam. Não é porque não têm chance que não os comento. Simplesmente não os suporto. Mais a Boulos, que me passa a ideia de um sujeito de um estrato querendo subir de qualquer jeito descendo. Um sujeito falso, em todo sentido. Imaginem os outros dois.

Haddad teria uma chance se não fosse ele mesmo. Marina, da mesma forma. Ciro, da mesma forma ainda. De alguma forma, eu opto por um deles, contudo. Não direi por quem, mas não por Bolsonaro. Seja como for, pelo meu jeito de ser, aproximo-me mais de Haddad. Que já me deu aula, inclusive. Uma boa aula.

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