bolsa família


a última revista sociologia tem como capa uma matéria sobre os 10 anos do bolsa família.
eu me lembro relativamente bem dos debates na pós sobre políticas compensatórias, isso bem antes do Lula ganhar a presidência pela primeira vez. a questão era - e continua sendo - se esse tipo de política é meramente assistencialista.
a matéria vai nessa direção. são contrapostos dois pretensos especialistas, um favorável - com um livro a respeito - e outro contrário, dados os efeitos aparentemente deletérios do bolsa família.
de minha parte, fico meio decepcionado com o fato de o debate permanecer, até os dias de hoje, praticamente o mesmo. não vale dizer que até a direita compartilha do acerto do programa, dizendo que é preciso aprofundá-lo. o que vale é dizer que antes nem todos eram a favor do programa.
se a renda mínima serve para motivar o beneficiado a tocar sua vida de uma forma aprimorada ou se ela, a renda mínima, é apenas uma forma de populismo com sinal trocado, não melhorando a estrutura do sistema de classes, isso creio que não dê para saber só com os dados citados.
fato é que o debate, nas aulas de outrora, viajava nos mesmos argumentos, só que citando autores norte-americanos. eu não optei por nenhum deles, em última instância. tinha restrições com respeito a todos eles.
uma coisa é certa: o bolsa família retira potencial de reivindicação por parte dos menos privilegiados e convida a achar que a política, em suma, os métodos de fazê-la, continuarão os mesmos independente de quem esteja no poder. é interessante, isso. o bolsa família parece sim desmobilizador. embora o PT tenha ganho as eleições em grande parte devido a ele.

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