"As novas condições do desenvolvimento" (em Para onde vai o Brasil, da Le Monde Diplomatique, de março de 2014), por Luiz Gonzaga Belluzzo
Lembro-me como se tivessem acontecido ontem as aulas sobre economia ou os debates sobre economia lá na USP, especialmente durante o curso de Jornalismo (1984-1989). Desde então essa pendenga entre desenvolvimentistas dos mais variados matizes ou mesmo monetaristas que mal se preocupam primariamente desse tipo de coisa me irrita sobremaneira. Tanto que não consigo pensar direito a respeito desde então. Sei lá, parece-me tão inútil (e não é) esse debate. Não é inútil porque em última instância são posições dele derivadas que podem fazer a economia desandar ou ir em direções outras que as desejadas - se é que estas últimas realmente existem.
O que diz, no fundo, o Belluzzo neste artigo? Diz que o Brasil desindustrializou parte do seu parque nos últimos 20 anos, destruindo alguns de seus elos, com base numa errada suposição de que sobrevalorizando o câmbio e dando espaço para a abertura do mercado ele sozinho se recomporia. Passados os dois governos Lula, o benfazejo sobrepreço dos commodities e a ênfase em resolver a dívida fizeram com que o país conseguisse desempenhos razoáveis no cômputo geral e protegesse sua economia de turbulências maiores, sem contudo deixar de perder o compasso, ainda segundo ele, quanto à exportação e mesmo produção interna de produtos de maior valor agregado - industrializados, em suma. Termina ele citando alguns desses gurus de administração elencando 5 tipos de vantagens competitivas que podem fazer a diferença para os próximos anos. Tudo sob a chancela deles, desses gurus.
Teria a dizer de minha parte que convivo com vários desses sintomas de desindustrialização no mercado de plásticos de alto rendimento e de composites de forma geral. Mas há ressalvas: são diversas as empresas, fabricantes de matérias-primas em sua maioria, que investem, sim, no quesito pesquisa e desenvolvimento de soluções avançadas em seus respectivos ramos - poliuretano, também. E que diversos movimentos em termos de desindustrialização de transformadores de peças nesses materiais simplesmente se devem a que as empresas passam a disputar entre si de forma fagocitária e que tecnologias mais avançadas acabam sendo deixadas para empresas estrangeiras, de quem importamos, até o momento em que alguém aqui toma a iniciativa de produzir ele mesmo essas matérias-primas ou peças com tecnologias mais avançadas.
O que diz, no fundo, o Belluzzo neste artigo? Diz que o Brasil desindustrializou parte do seu parque nos últimos 20 anos, destruindo alguns de seus elos, com base numa errada suposição de que sobrevalorizando o câmbio e dando espaço para a abertura do mercado ele sozinho se recomporia. Passados os dois governos Lula, o benfazejo sobrepreço dos commodities e a ênfase em resolver a dívida fizeram com que o país conseguisse desempenhos razoáveis no cômputo geral e protegesse sua economia de turbulências maiores, sem contudo deixar de perder o compasso, ainda segundo ele, quanto à exportação e mesmo produção interna de produtos de maior valor agregado - industrializados, em suma. Termina ele citando alguns desses gurus de administração elencando 5 tipos de vantagens competitivas que podem fazer a diferença para os próximos anos. Tudo sob a chancela deles, desses gurus.
Teria a dizer de minha parte que convivo com vários desses sintomas de desindustrialização no mercado de plásticos de alto rendimento e de composites de forma geral. Mas há ressalvas: são diversas as empresas, fabricantes de matérias-primas em sua maioria, que investem, sim, no quesito pesquisa e desenvolvimento de soluções avançadas em seus respectivos ramos - poliuretano, também. E que diversos movimentos em termos de desindustrialização de transformadores de peças nesses materiais simplesmente se devem a que as empresas passam a disputar entre si de forma fagocitária e que tecnologias mais avançadas acabam sendo deixadas para empresas estrangeiras, de quem importamos, até o momento em que alguém aqui toma a iniciativa de produzir ele mesmo essas matérias-primas ou peças com tecnologias mais avançadas.
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