Quem fez filosofia a partir dos anos 90 sabe que naquela época havia um "must" de quem ninguém conseguia fugir, qual seja, Walter Benjamin. Um must que todos deviam ler e necessariamente entender. Quem não o fizesse estava de fora da maior parte das discussões tidas como legais. Eu, que nunca o entendi, sempre fiquei de fora.
Nos anos 2000, esse must começou a ser o Giorgio Agamben, especialmente após o lançamento de seu Homo sacer. Era de bom tom citá-lo sempre que possível para opor-se às formas tradicionais de entender a política e para deslanchar em ilações sobre exclusão, neoliberalismo (pegando a rabeira), etc.
Eu sempre gostei do italiano, tirando os modismos. Ele vai direto ao ponto. Surpreende fazendo ilações estranhas. Consulta alfarrábios inacreditáveis (às vezes). E tem audácia. Ele parece propor discutir tudo, abordar todo o real de forma a questioná-lo por dentro e por fora. E os livros dele são fininhos, não é necessário ter um fôlego de corredor de maratona para lê-lo - contrariamente a Merleau-Pontys ou Hegels da vida.
Neste livrinho, Agamben discute o juramento, a instituação, como forma de entender a política lá no seu interior. É estranho, porque eu aprendi sobre juramento com um professor que apelava a Austin e Searle, no caso aos chamados atos de fala. Mas Agamben, como sempre, não tá nem aí. Busca documentos outros e avança fagueiro em discussões que vão longe a respeito da dita cuja instituição. No caso, ele passa pelos gregos e vê sua recepção pelos conteporâneos e termina tudo em 29 itens. Ainda não avancei o suficiente para dar uma palhinha de suas conclusões, mas desde já digo que este livrinho destaca-se, dentre seus outros, pela capacidade de avançar sem tirar o timão do rumo. Pois em outros livros do italiano este como que se perde em discussões que parecem não levar tão longe - ou cujo sujeito não parece muito claro. Aqui ele é claro. Muito claro.
Nos anos 2000, esse must começou a ser o Giorgio Agamben, especialmente após o lançamento de seu Homo sacer. Era de bom tom citá-lo sempre que possível para opor-se às formas tradicionais de entender a política e para deslanchar em ilações sobre exclusão, neoliberalismo (pegando a rabeira), etc.
Eu sempre gostei do italiano, tirando os modismos. Ele vai direto ao ponto. Surpreende fazendo ilações estranhas. Consulta alfarrábios inacreditáveis (às vezes). E tem audácia. Ele parece propor discutir tudo, abordar todo o real de forma a questioná-lo por dentro e por fora. E os livros dele são fininhos, não é necessário ter um fôlego de corredor de maratona para lê-lo - contrariamente a Merleau-Pontys ou Hegels da vida.
Neste livrinho, Agamben discute o juramento, a instituação, como forma de entender a política lá no seu interior. É estranho, porque eu aprendi sobre juramento com um professor que apelava a Austin e Searle, no caso aos chamados atos de fala. Mas Agamben, como sempre, não tá nem aí. Busca documentos outros e avança fagueiro em discussões que vão longe a respeito da dita cuja instituição. No caso, ele passa pelos gregos e vê sua recepção pelos conteporâneos e termina tudo em 29 itens. Ainda não avancei o suficiente para dar uma palhinha de suas conclusões, mas desde já digo que este livrinho destaca-se, dentre seus outros, pela capacidade de avançar sem tirar o timão do rumo. Pois em outros livros do italiano este como que se perde em discussões que parecem não levar tão longe - ou cujo sujeito não parece muito claro. Aqui ele é claro. Muito claro.
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